Por que a solidão pode deixar as pessoas mais chatas?

Crédito: Pixabay/Pexels

Todo mundo já se deparou alguma vez na vida com alguma pessoa que era reclusa, adorava ler livros, estudar e, só por causa disso, se achava melhor do que todo mundo, só porque ficava em casa "aprimorando seu conhecimento" enquanto o restante do universo estava a frequentar bares e boates e namorando por aí.

Pois é, isso pode acontecer na mente dessas pessoas mais reclusas por vários motivos, mas eu acredito que o principal deles é a solidão.

Não ter com quem conversar, com quem trocar experiências de afeto e até mesmo com quem brigar nos afasta do mundo e, consequentemente, nos faz questionar, inclusive, se o mundo tem algo de bom para nos proporcionar.

Eu vi um texto muito interessante no Instagram um dia desses que responde bem à pergunta do título e é por isso que vou compartilhá-lo aqui e agora.

Espero que gostem e que entendam que estar acompanhado não é o problema, mas sim a solução.

É tarde demais para ser sozinho


Isolamento: Eu, prisioneira de mim, e da minha própria arrogância. (A arrogância é um dos frutos podres do isolamento.)

Depois de participar de um ritual de purificação, sob a luz da lua cheia que ilumina as partes escuras da noite, chegou a mim uma linda compreensão: o isolamento alimenta a minha arrogância.

Como um lampejo, eu comecei a enxergar que quanto mais eu me isolo, mais me sinto especial e “diferente” dos demais. Minha preguiça de interagir com o outro aumenta e então eu me sinto maior e mais importante que ele.

Crio a falsa realidade de que quase todos os demais universos são desinteressantes em relação ao meu e tudo isso é algo que acontece de uma forma muito sutil e sorrateira. A arrogância rouba a cena e se apresenta com “classe”, se é que existe tal coisa.

Além de avolumar a minha arrogância, o meu isolamento me traz ainda uma outra preciosa desvantagem: a perda da qualidade da leveza e da alegria de viver.

Tudo fica muito sério no isolamento, simplesmente porque eu me levo muito a sério quando me isolo e rir se torna algo mais difícil de acontecer, pois aí também existe uma maior exigência à respeito do que é capaz de me entreter e, portanto, de me fazer feliz.

A minha tolerância com o mundo ao meu redor vai se esvaindo em doses homeopáticas, e portanto quase invisível, o que faz todo esse processo de distanciamento ser algo bastante perverso (comigo antes de tudo), pois o veneno vai tomando conta do meu sistema sem que eu perceba.

No final das contas percebo que, na verdade (nua e crua), a impaciência que manifesto é última análise em relação à mim mesma, pois não é possível viver apenas no meu próprio universo sem me entediar em algum momento. Afinal de contas, o que é mesmo a vida sem a diversidade?

A pobreza de ser apenas um durante muito tempo incomoda.

Parte (uma boa parte) do meu entusiasmo pela vida vem justamente do resultado da minha interação com o outro (ou outros). Uma quantidade considerável daquilo que compõe a minha energia vital vem do universo de sabores, cores e texturas que o encontro com o outro me oferece e eu já não posso mais me dar o luxo de prescindir desse contato.

Autor: @verdades_e_cafune


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