Uma pessoa com Alzheimer pode confundir os parentes?

Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

Respondendo a essa pergunta pela minha própria experiência com parentes que possuem Alzheimer, é completamente possível que, sim, uma pessoa com essa doença "troque" os parentes de lugar.

O que quero dizer com isso? Vou dar o exemplo da minha avó materna, que já há dois anos foi diagnosticada com Alzheimer.

Ultimamente, ela vê o meu tio (filho dela) como um marido. Vale lembrar que o marido dela, meu avô, morreu pouco tempo antes da nossa família descobrir que ela estava com Alzheimer.

O que a gente acha é que ela meio que "substituiu" a ausência do meu avô pela presença do meu tio na vida dela, entende?

Além disso, ela não vê mais a minha mãe como filha dela, mas sim como uma amiga que liga para ela todas as tardes (minha mãe e minha avó não moram na mesma cidade e se falam mais por telefone).

Já o meu irmão, a minha avó vê como o filho dela. E eu, da última vez que falei com ela, tinha que ficar explicando o tempo todo que não era a esposa do meu irmão.

Confuso, não?

Pois é exatamente com esse adjetivo que poderíamos classificar essa doença.

É confuso para a pessoa que tem Alzheimer, pois acredito que ela deve se sentir muito perdida na maioria do tempo, e também para os parentes, pois é extremamente difícil entender como uma pessoa que a gente conhece a vida toda se transforma em alguém que nem mesmo os mais íntimos conseguem reconhecer.

Talvez o adjetivo "triste" pudesse ser melhor aplicado nessa situação...


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