Qual é o poder de uma mágoa?

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Santo Agostinho costumava dizer que não importa se a sua árvore não tem folhas, pois é da raiz que você tem que cuidar.

Não sei se você que está lendo esse texto tem experiência em jardinagem, mas se qualquer pessoa tentar plantar uma árvore com a raiz podre, vai ver que a árvore não crescerá.

No caso de nós, seres humanos, Santo Agostinho referiu-se à raiz da árvore para representar nela os nossos sentimentos mais profundos, que só nós sabemos que existe.

E, se a nossa raiz estiver podre, provavelmente é porque há uma mágoa dentro de nós. Pode ser por um romance mal resolvido, um xingamento, uma humilhação ou até uma agressão física.

No entanto, muitas pessoas não sabem, mas guardar mágoas significa apenas que você não conseguiu resolver, realmente, os seus problemas.

Aquilo que você não resolve na sua história, você repete na sua vida. E, quando falo em resolver, há duas formas de se fazer isso.

Uma tem a ver com atitudes. Se for preciso, você terá que pedir perdão à pessoa que magoou, falar a verdade para quem você mentiu, consertar o mal que fez ao outro...

E a segunda forma, mais relacionada a fatos antigos de nossa vida, tem a ver com, simplesmente, esquecer. E aí voltamos a falar, novamente, das mágoas.

Você só sabe que conseguiu mesmo resolver um problema passado quando é capaz de perdoar, de esquecer. E isso não será bom apenas para a pessoa que te machucou, não.

As mágoas que carregamos são como pedras que a gente vai colocando nas costas. Com o tempo, uma hora ou outra, elas vão te impedir de caminhar, de seguir em frente, de progredir na Avida.

E esse é o poder de uma mágoa. Porque, convenhamos: quem tem a capacidade de carregar uma mágoa, seja ela qual seja, também carregará outras com o tempo, por simples força de hábito, e também por estar aberto para isso.

Liberte-se. Esqueça. Deixe ir. E pare de pedir justiça a Deus ou querer fazer justiça com as próprias mãos. Pare também de se culpar.

O mundo não precisa de vingança.

O mundo precisa de misericórdia.

(Escrito com minhas próprias palavras, mas baseado em uma palestra do padre Adriano Zandoná no programa Quinta-feira de Adoração, da Canção Nova, do dia 18/07/2019.)



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